Explosão de Gargalhadas! Mesa-redonda dos Dubladores

   A mesa-redonda dos dubladores dos cavaleiros de bronze está para começar. No dia 31 de maio de 88, por meio de uma mavórtica guerra de palavras, os cinco cavaleiros reunidos envolveram toda a mesa no fragor das risadas. Eles agora contarão um grande número de histórias secretas do anime!

Nós somos os cavaleiros [da voz]!

O sucesso de Seiya se deve a estes cinco! No dia 11 de outubro de 1986, o começo da difusão do anime, também se iniciou a batalha dos dubladores. Com foco nas agruras da composição dos papéis, um episódio de gargalhadas já está garantido!

Ryō Horikawa (Shun de Andrômeda)
Hideyuki Hori (Ikki de Fênix)
Tōru Furuya (Seiya de Pégaso)
Kōichi Hashimoto (Hyoga de Cisne)
Hirotaka Suzuoki (Shiryu de Dragão)

Mediador: Apesar de estarem completamente assoberbados de trabalho, vocês me fizeram o favor de se reunir aqui. Eu realmente lhes sou muito grato. Bem, como são os episódios iniciais da animação, gostaria de começar pela fase da Guerra Galáctica.

Hori: No início, ninguém sabia quem era quem pela cara. Especialmente o Seiya e o Jabu… A cara deles não era parecida?

Furuya: Ah, pareciam, pareciam! (Risos.)

Hori: Além disso, entre os cavaleiros de bronze que vieram surgindo, só o Hidra era diferente, não é verdade?

Furuya: Com um moicano…

Hashimoto: O Hyoga lutou com o Hidra. Como foi o inimigo que apareceu logo no início, eu me lembro bem dele.

Com seu marcante moicano, a aparência de Hidra destoava do famigerado padrão estético da série

Hori: E foi o Ikki quem acabou com a Guerra Galáctica, certo?

Furuya: Isso. Foi você! (Risos.)

Horikawa: O Ikki não apareceu gargalhando aos berros no final de um episódio?

Hori: Ah, isso mesmo. Estreou no episódio 6, não? Esperei impacientemente… (Risos.) Já que, apesar de ser do elenco fixo, não havia sido chamado 2 meses depois da estreia. (Risos.)

O Cavaleiro de Fênix faz sua estreia ao final do episódio 5. Ikki sorri, escarnecendo da atmosfera amistosa que envolve o Coliseu após a ressurreição do Dragão

Mediador: Entretanto, depois de fazer sua aparição, pelo menos até o episódio 25, o Ikki foi o que mais esteve em evidência, não?

Hori: Bem, para ser honesto, é verdade. Encontrou a Esmeralda enquanto era treinado naquela ilha do inferno… Essa foi a única tábua da salvação. Não, era um lugar terrível. (Risos.)

Suzuoki: No que tange a Seiya, quando apareceram pela primeira vez, todos eram bonitões. Nos últimos tempos, finalmente tive o sentimento de que o Shiryu era meu; contudo, no começo, eu realmente quebrei a cabeça pensando em como matizaria o personagem, sabe?

Hashimoto: Eu também. No início, como todo mundo era bonito, acontecia de o papel ser um pouco difícil de assimilar, ainda que eu olhasse a imagem. Contudo, o Hyoga é o único loiro, não é mesmo? Com isso, eu compreendi.

Horikawa: Bem, na hora que recebi a audição (de seleção dos atores), como não sabia nada do personagem e como não tinha qualquer ideia preconcebida, construí o papel da forma mais terna que pude. Então, o personagem que ganhei foi o Shun de Andrômeda… (Risos.) Mais tarde, quando eu experimentava o papel do Shun, o pessoal soava incrivelmente másculo… galante, entende? Por isso, ao contrário deles, o Shun não era para ser feito de forma enérgica. Pois havia situações em que eu pensava que masculinidade não se resume a ferocidade.

Hori: Falando da audição, eu li as falas e, como tinham o estilo dos meus amados filmes de época, foi realmente fácil de fazer, sabe? Brega… (Risos.)

Furuya: sempre foi cafona, não? O ikki… (Risos.)

Hori: Contudo, os cinco estão assim agora, mas, se a distribuição de papéis tivesse sido diferente naquela época e se os cinco tivessem pegado outros papéis, provavelmente seria um Seiya diferente.

Furuya: Ora, neste caso, não estaria fazendo sucesso. (Risos.)

Hori: É verdade. Embora seja o protagonista, aquela falta de presença do Seiya… Ninguém além do Furuya poderia fazê-lo. (Explosão de gargalhadas.)

Furuya: Mas eu realmente queria fazer o Shiryu… Cabelo longo, pomposo… é algo que até hoje não fiz. O tipo bonzão…

Suzuoki: Então, vamos trocar a partir da semana que vem? (Risos.)

Os motivos pelos quais Seiya de Pégaso se parece com Hyūma Hoshi

O protagonista é o Seiya! O confronto entre Tōru Furuya e os outros cavaleiros de bronze teve início. Mesmo que seja esquentado, mesmo que seja infantil, ele é legal, não é? Irromperá desse arroubo o Meteoro de Pégaso?!

Protagonista de Kyojin no Hoshi, o impetuoso Hyūma estabeleceu muitos dos paradigmas ínsitos nos personagens principais do gênero shōnen contemporâneo

Furuya: Mas todos os protagonistas que faço acabam sendo eclipsados por outros papéis… E não é diferente com o Seiya. Ainda que pôsteres e artigos do gênero tenham saído, os dele são os últimos… (Risos.) No início, eu tinha aquele entusiasmo de compor uma nova imagem de herói juvenil, mas, enquanto pronunciava as falas, pouco a pouco, acabou virando o Hyūma Hoshi (de Kyojin no Hoshi). (Risos.) No fim das contas, o Seiya também é o amálgama de sangue, suor e lágrimas com força de vontade e empenho, certo? Já para o modelo, não é outro senão o Hyūma. É um sujeito de sangue quente e, sendo assim, meio que remete à adolescência do Hyūma.

“Quando se dirige à mamãe, o Hyoga é educadinho; como cavaleiro, é rude.”

Hori: O beisebol simplesmente se transformou em artes marciais? (Risos.)

Suzuoki: em decorrência de certa infantilidade, o Seiya é dado a rompantes, entrando de cabeça nas coisas. E, por causa do seu jeito de falar nessas ocasiões, acabam surgindo pontos em comum com o Hyūma, não é isso?

Furuya: Isso mesmo. É exatamente como quando o Hyūma diz: “Treinador, por favor, me deixe arremessar!” (Risos.) É a mesma sensação de quando o Pégaso diz: “Pessoal, vamos nessa!”

Hori: No tocante aos outros quatro, um pouco mais contidos, eles falam dando um passo para trás. Não transmitem aquele ardor do Seiya, não é verdade?

Horikawa: O mais frio deles é mesmo o Ikki. Ele passa uma impressão como se dissesse de um nível superior: “Vocês não passam de crianças!” (Risos.)

Furuya: Mas sabe… dessa forma, se todos ficam fazendo pose, ninguém se move. Então, o Seiya dá a cara a tapa, pronto para ser odiado por todos, e diz: “Vamos!”

Seiya é o epítome dos protagonistas esquentadinhos

Hori: Em contrapartida, apenas vendo os companheiros levando a pior, o Seiya não costuma ir ajudá-los. (Risos.) No final da Batalha das 12 Casas, eu mesmo levei uma surra ao me tornar o escudo do Seiya… Todo mundo o apoia dessa forma.

Horikawa: Obviamente, isso ocorre porque ele é o protagonista. Para deixarem sua estrela para o final, os quatro vão se sacrificando, dizendo um após o outro: “Eu cuido dele. Vá na frente”.

Hashimoto: Aí, o Seiya conclui sozinho.

Furuya: Bem, o fato é que, apesar de o Seiya possuir o poder para vencer todos os obstáculos sozinho, se ele o fizesse, o tema amizade não seria viável, não acham? (Risos.) É por isso que é dito que o Seiya vence no final recebendo o poder de todos. Assim, o tema se concretiza.

Horikawa: É porque o Seiya é o representante de todos.

Hori: Então, a amizade deu certo nas 12 Casas e foi entrando na fase de Asgard. (Risos.) Entretanto, o Seiya realmente está estrelando sozinho a nova série, não?

Hashimoto: É que, como a Saga das 12 Casas foi um fiasco, seria ruim não deixá-lo estrelar, pelo menos no início, não acham? (Explosão de gargalhadas.)

Furuya: É para ser visto por todo mundo, não é? O protagonista atuar ativamente e tentar amealhar simpatia é o objetivo.

Hori: Sei, o objetivo, não é? Como suspeitava, o verdadeiro objetivo é dizer: “Já que o protagonista está sendo negligenciado, vamos repaginá-lo”, certo? (Risos.)

Furuya: É que não se sabia quem é o protagonista, não é? (Risos.) Mas… o fato de eu ter interpretado o Seiya como um moleque no início é uma das razões do contraste com os outros também existir. É por isso que, quando Asgard começou, eu tencionava deixá-lo mais adulto, mas continua o mesmo, não? (Risos.) Como Seiya é uma série cronologicamente progressiva, gostaria que permitissem que ele crescesse mais um pouco, que o deixassem mais adulto, sabe?

Hori: Afinal, é o protagonista.

Furuya: Ainda que não queira enfatizar, é isso mesmo. (Explosão de gargalhadas.)

“Hyoga de Cisne: belas técnicas e bela figura.”

As histórias da mãe contadas por Hyoga — a mesa-redonda finalmente atingiu seu clímax. De quem é a técnica mais legal? Ao fim do inesperado desenvolvimento, o mediador acabou disparando o Pó de Diamante?!

Mediador: Como a conversa sobre o Seiya veio à tona, gostaria focar nos cinco protagonistas. Que tal falarmos do Hyoga?…

Hashimoto: O Hyoga não consegue esquecer a mãe. Entretanto, desvencilhando-se dela, ele despertou o sétimo sentido e amadureceu.

Hori: Sabe, na época que o Ikki ainda era vilão, considerando que ele disse: “Como você ainda está ligado a esse tipo de coisa, não tem chance”, ele é a razão de o Hyoga conseguir romper essa barreira. Então, eu sou o seu mestre! (Risos.)

Furuya: Já que o complexo de Édipo do Hyoga é uma idiossincrasia, foi fácil construir o papel a partir desse norteador, não?

Hashimoto: Sim. Como há o lado do complexo de Édipo e o lado pujante do cavaleiro, são dois extremos. Com isso, o linguajar também. Quando se dirige à mamãe, o Hyoga é todo educadinho; como cavaleiro, é rude. *¹

Todos os presentes: É verdade. Faz sentido.

Hashimoto: Nesse sentido, definitivamente, a imagem do personagem, ou talvez seja melhor chamar de personalidade, acaba mudando diametralmente.

Horikawa: Quando está com a mãe, ele acaba colocando para fora o seu verdadeiro eu.

Hashimoto: É isso mesmo.

Impassível diante dos oponentes, o Cisne se derrete todo nas “conversas” com a mamãe

Suzuoki: O Seiya é do tipo brucutu; fala como um capiau*²… (Risos.)

Furuya: Não fala, não!!! (Explosão de gargalhadas.)

Hashimoto: Voltando a falar do Hyoga, os combates com seus dois mestres, o Cavaleiro de Cristal e o Camus, foram profundamente marcantes. Enquanto enfrentavam o Hyoga, passaram a impressão de que eram grandes mestres.

Furuya: A parte do Cavaleiro de Cristal foi comovente, não? fiquei com lágrimas nos olhos…

Hashimoto: O Camus também tentou fazer o discípulo despertar o sétimo sentido ao custo da própria vida, não é? Em oposição ao amor de tamanhos mestres, o amor pela mãe… E sendo exatamente por tal paradoxo que, mesmo derrotado, ele vem se reerguendo, creio que, além do indelével afeto pela mãe, ele não deve esquecer o afeto entre mestre e aprendiz. E, de fato, ele não pode esquecer, não é? É por isso que, quando se fala das cenas do Hyoga, essa aí sempre nos vem à mente. A cena do Cavaleiro de Cristal e do Hyoga duelando na planície congelada…

Hori: O Hyoga tem várias cenas famosas, não é?

Horikawa: Mas é notável a característica de não serem todas padronizadas.

Hori: Como o branco é o tom basilar dos cavaleiros do gelo, o desenho também é bonito, não? Mesmo o Pó de Diamante… é simples e belo…

Horikawa: Mas ali ele acaba dançando! Enquanto vocifera: “Pó de diamante!”, ele acaba dançando! (Risos.)

Hori: No entanto, quando se fala de algo másculo, impactante, o Dragão Ascendente de Rozan é o que há. Um dragão surge de repente…

Suzuoki: Sim, sim. Pensando nisso, o Meteoro de Pégaso é bem tosco, não? Só fica desferindo socos… (Risos.)

Hori: Umas luzes saem aleatoriamente… parece feito de qualquer jeito. (Risos.)

Furuya: Já estava esperando por isso. (Explosão de gargalhadas.)

Hori: Quanto ao Ave Fênix, do Ikki…

Furuya: Também dança, hein… (Risos.)

Hori: O problema é que o gorjeio da Fênix tem um ruído pavoroso: “Ugyahhh! Ugyahhh!” (Risos.)

Horikawa: Mas o nome “Ave Fênix” [Hōyoku Tenshō] é legal…

O gorjeio estridente da Fênix dificultava a pronúncia do nome do ataque

Suzuoki: O Shun só tem a Corrente Nebulosa, não é verdade?

Horikawa: Isso. Só arremessa a corrente.

Furuya: Aquilo é um pouco patético, não? (Risos.)

Hori: É, considerando a altivez com a qual ele brada: “Corrente defensiva, corrente ofensiva”…

Horikawa: Isso. Acabam passando por ela sempre que querem. (Risos.)

“Por intermédio de Seiya, quero transmitir que, embora complicada, a amizade é valiosa.”

Suzuoki: Sendo assim, em vez de uma corrente, podem acrescentar um chicote na nova série… (Risos.)

Mediador: Ora, assim vai acabar virando o mundo da “rainha fetichista”. (Explosão de gargalhadas.)

Ikki e Shun, o amor fraterno que se oculta na sombra de uma árvore

Vejam só! Começou de repente o papo de “mulherzinha”, que é contra as regras. Consequentemente, com o assunto enveredando para o amor fraternal de Ikki e Shun, o Ave Fênix e a Corrente Nebulosa devastam o recinto do colóquio! Leiam as histórias secretas!

Hashimoto: É mesmo! Como será que acabou a escola Filhos das Estrelas?

Hori: Todas as crianças se formaram, e se tornou um jardim abandonado, não? (Risos.)

Horikawa: A Miho pode ter arrumado outro namorado…

Furuya: Nada disso! (Risos.)

Horikawa: O lance com a Miho continua pendente, certo? É por isso que ela vai colocar o Seiya contra a parede, dizendo algo como: “Seja claro!” (Risos.) Não acham que seria bom se houvesse essa conversa em pelo menos um episódio?

Furuya: Mas, no caso do Seiya, também existe a Shaina e, ainda que pareça que a Marin é sua irmã, ele quase foi beijado pela Saori enquanto dormia… (Episódio 30.)

Suzuoki: Em que lugar?

Furuya: Na boca.

Hashimoto: Em que lugar…?

Furuya: Mas que diabo você está pensando?! (Explosão de gargalhadas.) É que eu estava desmaiado… Contudo, não houve progresso depois disso, entendem?

Hori: O Shiryu tem a Shunrei, não?

Suzuoki: Isso, a Shunrei. Mas não há muitas cenas com ela e, lamentavelmente, são só palavras como um “obrigado” ou coisas do tipo.

Hashimoto: No caso do Hyoga, só há a Erii, do filme.

Furuya: Não. No início, era a mamãe; depois, a Erii; e agora, mais uma vez, tem a Freya. As garotas sempre o acompanham para cima e para baixo. (Risos.)

Horikawa: Estou com bastante inveja… Ainda que, no caso do Shun, exista a June, parece que ele não tem segundas intenções…

Hori: No entanto, vocês todos têm sorte, não? Pelo menos as garotas de quem gostam estão vivas. No meu caso, a Esmeralda já foi desta para a melhor. (Risos.)

Mediador: Senhor Hori, o que o senhor acha do personagem Ikki?

Hori: Pessoalmente, gosto tremendamente do Ikki. Tanto as formas de aparição quanto as falas são fabulosas; portanto, penso: “Sou um felizardo por fazer o Ikki”.

Furuya: Afinal, é o Ikki… O fato de ele aparecer sem falta quando pensamos que está na sua hora é muito legal… É como em Mito Kōmon, não é mesmo? Você é o estandarte em miniatura. *³ (Risos.)

Hori: Quando aquela musiquinha toca, “tchã, tchã, tchã, tchã!”, eu apareço.

Furuya: Apesar de todo mundo saber que ele vai aparecer após o chamado do Shun, é legal.

Suzuoki: Na próxima vez, quando ele estiver para choramingar “Ikki!”, tapem a boca dele por trás… (Risos.)

Hori: Assim, não vou poder aparecer… (Risos.) Mas, entre as cenas célebres do Ikki, a luta com o Shaka é inesquecível. Devido à magnitude de suas forças, nenhum deles podia perder e, no final, ambos vão desaparecendo. Internamente, no instante em que ele teve certeza de que sua vida se consumiria, aquele breve discurso, “Shun, viva como homem ao lado de Seiya e dos outros”, é uma coisa que Ikki pensou na condição de irmão mais velho para o Shun, de quem ele vinha sendo o escudo, não é verdade? No último momento, quando não poderia mais estar ao lado de Shun, resignado, ele diz: “A partir de agora, se você não virar homem, não será mais digno de caminhar com a turma de Seiya”, não é isso? Aquela hora foi um ponto final no meu Ikki interior, sabe?

Horikawa: Depois daquilo, o Ikki não aparece.

Hori: Aparece. (Explosão de gargalhadas.)

Horikawa: Sendo assim, quero que feneça majestosamente… (Explosão de gargalhadas.)

Hori: Contudo, como você ouviu aquelas palavras, é pra você viver como um homem também! (Risos.)

Gostaria que fizessem mais cenas nas quais o Ikki luta por si mesmo, e não no papel de salva-vidas do Shun, sabe?

Furuya: Ao que parece, quer ficar independente. (Risos.)

Horikawa: Mas, se o Shun não estiver em apuros, ele não terá vez. (Risos.)

Furuya: Entretanto, ainda que ele gritasse “Mano!!”, e o Ikki não desse as caras, o Shun, apesar das aparências, provavelmente conseguiria sair da enrascada sozinho.

Horikawa: Mas, se eu fizer isso, o mano vai acabar perdendo o seu posto. É claro que é tudo por causa do amor pelo meu irmão mais velho.

Furuya: O Ikki também… ao ser chamado, logo acabará aparecendo. (Risos.)

Hori: O problema é que fico esperando ao lado. Estou sempre escondido na sombra de uma árvore, mas acabo tendo de voltar… “Ah, hoje não tive vez…” (Explosão de gargalhadas.)

Horikawa: Mas, como o mano acabou de falar, ele não vai assumir a responsabilidade e segurar a minha onda até o fim. Então, mesmo que caia num dilema, quero tentar sair das enrascadas com minhas próprias forças. Se houver pelo menos um episódio assim, talvez as pessoas que estão vendo pensem que o Shun nem sempre é socorrido. Portanto, seria legal se, de vez em quando, eu salvasse meu maninho, certo?

Hori: Eu também penso assim. (Risos.)

Mediador: Onde foi a cena do Shun que mais o marcou?

Horikawa: A primeira coisa que me vem à cabeça ao falar do Shun de Andrômeda é a tomada dele abraçando o Hyoga na Batalha das 12 Casas…

Hori: Ele desistindo da própria vida… Aquela cena foi formidável.

Suzuoki: Um passo em falso, e também seria o mundo… (Risos.)

Horikawa: Basicamente, todos os cinco cavaleiros pensam assim, mas dizem que, ao permitir que outra pessoa viva mediante o autossacrifício, você volta a viver por intermédio desse ato.

Hori: Mas eu não fico abraçando homens! (Explosão de gargalhadas.)

Horikawa: É por isso que aquela é uma peculiaridade do pequeno Shun. (Risos.) Todos eles se sacrificariam, mas o modo de expressar essa abnegação é diferente. O que se mostrou naquele episódio foi a filosofia de vida do Shun, seu estilo de vida, não é verdade?

O discurso de Shiryu acerca do tema “amizade”

Nestes tempos abençoados pelo Diabo, ele prega a amizade. Um discurso apaixonado de Hirotaka Suzuoki sobre o tema do anime. Adornando o epílogo da revolta mesa-redonda, o Dragão Ascendente de Rozan explode!

Mediador: Para encerrar, claro que requisito o senhor Suzuoki, ou devo chamá-lo de Shiryu?

Suzuoki: A conversa sobre sacrificar a própria vida aconteceu agora, mas, falando de Seiya, é óbvio que o tema é a amizade chamejante, certo? E, hoje em dia, falar de amizade está incrivelmente fora de moda, não é mesmo? No entanto, penso que seria extraordinário se houvesse sacrifícios por amizade.

Furuya: É porque sacrificar-se para fazer algo por alguém não existe mais hoje em dia, não é?

Suzuoki: Hoje há muitas coisas horrendas, como o bullying… Acredito que, a despeito de ser um anime, Seiya é capaz de transmitir que, apesar de a amizade ser algo difícil, é muito preciosa. Ele apregoa: “Não esqueça a valiosa amizade”. Está dizendo: “Ao assistir ao seriado, dê uma boa olhada no amigo ao seu lado. Vocês conhecem as suas fraquezas? Estão se ajudando?”

Furuya: É óbvio que esse é o tema de Seiya, não?

Todos: Bem, irreprochável. Fechou com chave de ouro. (Risos.)

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Aficionado sectário de Saint Seiya desde 1994, sou um misoneísta ranzinza. Impelido pela inexorável missão de traduzir todas as publicações oficiais da série clássica, continuo a lutar. Abomino redublagens.

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