“Deixamos o conteúdo simples, fácil de entender; nos devotamos de corpo e alma à fotografia e à colorização.”

  Por ser o diretor da série de TV, eu tive o privilégio de também me permitirem dirigir o filme. Eu não me recordo mais dos detalhes da produção, mas acho que o filme foi planejado para popularizar ainda mais o já famoso Seiya.

   Com a novidade do filme, a motivação do estafe subiu, e, como a verba do orçamento também saiu, pudemos nos dar ao luxo de realizar extravagâncias.

   Tencionando fazer algo absolutamente fascinante, utilizei toda a tecnologia que havia na época. Contudo, como gastei muito dinheiro, fui repreendido pela companhia, sabe… (Risos.)

    E, numa época em que não existiam os recursos da computação gráfica, o processo fotográfico também era monumental. Como aumentamos o número de desenhos em relação à versão televisiva, acredito que o pessoal do acabamento também passou por maus bocados.

   Em contrapartida, simplificamos o conteúdo por haver uma ênfase na ação. Afinal, como eu fazia a série desde o seu primeiro episódio, já estava careca de saber o que dava mais resultado.

Um diretor fabuloso, o senhor Morishita se baseou nas investidas de aniquilamento mútuo dos filmes de samurais e nas posturas de faroestes para dirigir as cenas de combate

   Em suma, a fórmula diz que, não importa o que aconteça, depois de ser completamente massacrado, o Seiya — sozinho — finalmente se levantará e derrotará o inimigo. (Risos.)

   É a receita dos mangás da Shōnen Jump, que orbita em torno do lema “amizade, superação e vitória”, não é mesmo?

   Usando outros mangás e live-actions como referência, engendrei a ação que seria convertida em desenho. Fazer os cinco aparecerem no tempo de duração do filme foi complicadíssimo… Eu mesmo penso que fiz um ótimo trabalho para 45 minutos, hein? (Risos.)

Eletrizantes, os combates de Jaguar contra Ikki e Seiya são uma obra de arte

   O grande momento é mesmo a última cena, o trecho em que começa o cântico da senhora Kawashima (Kazuko). Afinal de contas, o senhor Yokoyama (Seiji), da trilha sonora, deu o seu melhor, e a mixagem se entregou de corpo e alma. 

   De todo modo, o processo fotográfico, a transmissão luminosa, o método de utilização das sombras… a meu ver, é um trabalho que, mesmo visto hoje em dia, não denota o peso de sua idade, não acha?

8/6/2004 — depoimento concedido no escritório central da Tōei Animation

 

Ficha

Natural de Shizuoka, nasceu no dia 17 de julho de 1948. Iniciando sua carreira na direção em Cutie Honey (1973), concentrou-se em animações de robôs, como Kōtetsu Zieg (1975). Em Saint Seiya (1986), exerceu as funções de diretor de núcleo e produtor (a partir do episódio 61). O planejamento da série Devilman (2004) foi seu trabalho mais recente.

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Aficionado sectário de Saint Seiya desde 1994, sou um misoneísta ranzinza. Impelido pela inexorável missão de traduzir todas as publicações oficiais da série clássica, continuo a lutar. Abomino redublagens.

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