“Eu quero retratar a filosofia de vida dos homens. Não tem havido trabalhos desse gênero ultimamente.”

 

 O Diretor da Série

   Antes de fazer Seiya, eu estava engajado num trabalho em cooperação com os Estados Unidos, mas, para a minha surpresa, nele pude fazer uma miríade de coisas. Logo, entrei no primeiro episódio de Seiya embalado com o mesmo frenesi e acho que esse afã continuou me guiando. Nesse ímpeto, pude seguir com o episódio 2 e o 3 num só fôlego. Eu Senti que realmente acertei em cheio. É que pude pensar em várias coisas relacionadas à ação no período em que estive afastado das séries de anime do Japão. Também aconteceu de eu dar tudo que podia… até porque, no começo, eu não sabia até quando o programa ia durar. (Risos.)

Antes de ingressar na direção de núcleo de Saint Seiya, o senhor Morishita dirigia a animação Transformers, uma superprodução nipo-americana

   Em poucas palavras, Seiya é uma obra do campo que é a minha especialidade. Nesse sentido, é um trabalho do qual gosto demais. É claro que a força do estafe também é imprescindível, não é mesmo? O senhor Takao Koyama, da composição do enredo, tem um talento enorme e rouba toda a atenção dos produtores e do pessoal. Ainda que tenha sua imagem fortemente atrelada à comédia, ele é daqueles escritores capazes de escrever todo tipo de coisa. É claro que o senhor Yoshiyuki Suga também é um profissional de primeira linha.

   Desde que trabalhei com o senhor Shingo Araki na produção de Ufo Robo Grendizer, ele se engajou em incontáveis trabalhos do gênero shōjo, ao passo que eu enveredei para o ramo dos robôs. Mas eu nunca tirei os olhos dele. Foi por isso que pensei que ele daria conta de desenhar o mundo de Seiya, do senhor Kurumada. A aspiração que tenho para este trabalho, agora na TV, no horário de 7h da noite, é fazer coisas maravilhosas, coisas lindas.

   Quanto a essa beleza de que falo, podemos pegar como exemplo até mesmo as armaduras de bronze. Eu dei as especificações para que a luz incidisse no branco, tornando o brilho visível numa armadura verde ou rosa… Ainda que tenha me encarregado sozinho de toda essa coordenação de cores, surpreendentemente, deu resultado, não? Quando a indicação das cores foi completada, vendo essas partes, tive aquela sensação de dever cumprido. Em compensação, a fotografia foi o que mais deu trabalho. (Risos.)

Trabalhando em cooperação com o designer de cores Kunio Tsujita, o senhor Morishita é um dos responsáveis pela imagem final dos trajes exibidos na série

   Eu jamais havia feito tantas fotos numa série para a TV. Por conter tomadas do mesmo nível das produções direcionadas ao cinema, o trabalho fotográfico é imenso. Além disso, uma vez que a porteira é aberta, o pessoal vai aumentando cada vez mais. Mesmo no que se refere às células, como se deve anexar uma cópia em todos os exemplares, é complicadíssimo. (Risos.) Mas, com esse furor e um grande aporte de dinheiro, dá para fazer uma coisa boa. Consequentemente, sempre sou escorraçado pela companhia. (Risos.)

   Ainda que a época de Seiya seja a atual, como, entre outras coisas, estão lutando na Grécia, em alguns aspectos, há partes típicas de novelas de época. É por isso que, mesmo com as pessoas da Grécia sendo pessoas modernas, os trajes brancos transmitem mais o ambiente; por outro lado, há coisas como aviões cortando o céu… (Risos.) Embora haja partes que parecem do passado mesmo estando no presente, o mundo da produção é tão sólido que pensamos se essas coisas ficcionais não são reais.

De acordo com o diretor Morishita, a factibilidade da história se funda na solidez dos desenhos do mestre Araki e do senhor Tadao Kubota

   Por intermédio desse universo, gostaria de ir realçando a filosofia de vida dos homens. Já que, ultimamente, não há obras assim, quero continuar apelando a coisas como a masculinidade, como um homem chora, como um homem ri… Acho que será ótimo se as garotas também compreenderem isso.

   No entanto, responder qual é o menino preferido entre os cinco heróis é problemático, não é mesmo? Bem, mesmo que houvesse algum predileto, nunca aconteceria de a confecção da produção ser levada por isso.

   Depois de dois anos fazendo a série, os personagens do anime ficaram tão familiares que sinto como se fossem atores de carne e osso. E me pego questionando quem eu deveria usar para determinado papel. (Risos.) Porque a convivência é grande. (Risos.)

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Aficionado sectário de Saint Seiya desde 1994, sou um misoneísta ranzinza. Impelido pela inexorável missão de traduzir todas as publicações oficiais da série clássica, continuo a lutar. Abomino redublagens.

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