Autor: Fábio Vaz Mendes

Aficionado sectário de Saint Seiya desde 1994, sou um misoneísta ranzinza. Impelido pela inexorável missão de traduzir todas as publicações oficiais da série clássica, continuo a lutar. Abomino redublagens.

“Mesmo quando a animação se eleva, o cenário deve ficar impassível.” Cenografia    Quando falamos do trabalho nos cenários, nas ocasiões em que é rápido, desenhamos 20 ou até mesmo 30 imagens por dia, mas, como também há ocasiões em que desenhamos 1 imagem por dia, não existe um padrão.    Embora seja menos experiente que o Shikano, em Seiya, eu não desenho os cenários como fotos; eu o faço  esperando que, ao ser refletido pela TV, caso se trate de uma árvore, o desenho seja visto como algo que se pareça com uma árvore.    No caso do conteúdo…

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  O Templo da Coroa do Sol, na Colina da Dignidade, que se ergue das profundezas do Santuário; e o caminho para alcançá-lo…    As ruínas históricas e a estátua de Atena, que têm como pano de fundo um indefectível céu anil; o rochedo que Shun de Andrômeda sofre para escalar… Tentei transmutar o espaço abissal desses segmentos numa composição artística que valorizasse o jogo de luzes e sombras. Obs.: traduzida em 2007, esta publicação foi redigida sob a égide do Acordo Ortográfico vigente à época.

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— Ouvi falar que Saint Seiya foi o primeiro trabalho do senhor numa série de TV. Isso mesmo. Acho que foi bem no segundo ano após entrar na Tōei Animation.   — Qual é o procedimento pelo qual o trabalho no design de cores é realizado? Na Tōei daquela época, vigorava o “sistema do designer artístico”, no qual o designer artístico (diretor artístico) decidia todas as cores da tela. Em “Seiya”, era o senhor Tadao Kubota, do Estúdio Mukuo, quem exercia essa função, e recebíamos as especificações dele inclusive no que tange às cores dos personagens. As instruções já estavam inseridas…

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“Idealizamos as cores para que as células pudessem ficar independentes em relação ao cenário.”    Se fosse instado a dizer que tipo de trabalho é a especificação de cores, a priori, seria ir determinando as cores de personagens e equipamentos ao avaliar a conexão desses elementos com a série como um todo. É a construção das regras. Nós vamos decidindo as cores desses elementos mediante discussões com os designers e com o pessoal das artes, mas, na hora das configurações básicas, os produtores, o diretor-chefe e até os patrocinadores se reúnem.    Assim, baseando-se nas decisões resultantes desses procedimentos, a…

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“Uma produção que demandou tempo e esforço inimagináveis até então.”     Houve um número considerável de episódios do Shiryu nas vezes em que eu estive a cargo da direção, razão pela qual posso dizer que ele é o mais fácil de retratar. Embora eu prefira os personagens diretos aos complexos, se formos até o Seiya, ele é meio tapado. (Risos.) Antes de ascender ao posto de diretor de núcleo, o senhor Kikuchi dirigiu os episódios 37 e 60 do anime, partes que disputam a predileção dos fãs ainda hoje   Em contrapartida, por ter se desviado uma vez, o…

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“O que eu queria retratar em Seiya era a devoção sectária de Seiya por Saori.”     Como o filme do senhor Morishita foi uma bola reta, permitiram que eu fizesse o meu por meio de uma bola curva. A parte basilar, “a figura dos cavaleiros que protegem Atena”, é a mesma, mas eu a retrato salientando o “sentimento de Seiya por Saori”.    Em A Grande Batalha dos Deuses, decidi que o inimigo (Dorbal) mostraria seu verdadeiro caráter ao ser interpelado por Saori. Isso aconteceu porque eu queria fazer com que Saori, que normalmente não está em posição de lutar,…

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“É que o Seiya é a base da produção, o ponto de partida.” Direção de Episódios    O (trabalho na direção do) filme de verão de Seiya agora entra em seu estágio final, mas, na época que eu estava fazendo a série de TV, embora se possa dizer que Seiya e os demais são super-homens, como não passam de meninos, eu me esforçava para retratá-los como seres humanos normais tanto quanto fosse possível.    Não importa que seja o Seiya, algo como saltar de uma só vez no topo de um prédio de 3 andares é esquisito… No entanto,…

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   Desta vez, como se trata de um longa-metragem, tentei manter o foco do drama no Seiya. Conseqüentemente, tornou-se uma produção na qual a filosofia de vida do Seiya e o seu jeito de pensar se converteram numa oportunidade de revisar e reexaminar o fascinante e polissêmico universo de Saint Seiya, que nos diz o que é um cavaleiro, o que é o cosmo… Será que ficou bom? Obs.: traduzida em 2007, esta publicação foi redigida sob a égide do Acordo Ortográfico vigente à época.

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“É que o Ikki de Fênix é um homem como o Ken (Takakura).” (Risos.)    Como era um filme voltado totalmente ao público infantil, eu busquei uma história de fácil compreensão. O tema é a “união de protagonistas singulares em torno de Atena”.    Para começar, no intuito de fazer dos antagonistas inimigos dignos do último filme, eles sideraram os cavaleiros de ouro num piscar de olhos. Ainda que, depois disso, tenhamos feito uma cena apoteótica com eles. (Risos.)    Eu fiz Atena percorrer o excruciante caminho de espinhos passo a passo, sem que fosse capturada, porque queria expressar a…

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“A figura dos ‘jovens de visão’ ainda não mudou.” Direção de Episódios     Por haver cinco heróis, o que me preocupa na direção de Seiya é extrair quem são os principais nos episódios. Em meio à confusão, acaba-se perdendo a noção do que se quer retratar e, assim, o sentido da direção acaba desaparecendo.    Talvez seja porque fiz a história do episódio 32, da Ilha Rainha da Morte, mas penso que, entre aqueles cinco heróis, o Ikki é o mais interessante. Deve ser por ter ficado impressionado com as cenas em que, por amar a Esmeralda, Ikki aprende a…

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