Autor: Fábio Vaz Mendes

Aficionado sectário de Saint Seiya desde 1994, sou um misoneísta ranzinza. Impelido pela inexorável missão de traduzir todas as publicações oficiais da série clássica, continuo a lutar. Abomino redublagens.

“(…) ainda que a obra também seja esplêndida, nós animadores somos gratos por ter podido fazê-la enquanto nos divertíamos.” ENTREVISTA Nº 1 — CHARACTER DESIGN Para começar, o senhor poderia nos contar como se deu seu envolvimento em Saint Seiya? Como foi logo na época em que a serialização do mangá havia começado na Shōnen Jump semanal, eu não tinha nem ideia do que era Saint Seiya. Num belo dia, recebi um telefonema do senhor Yoshioka, diretor da Tōei Animation, que me perguntou: “Não quer experimentar este tipo de personagem?” Foi assim que a oportunidade apareceu. À primeira vista, ao…

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“(…) mas por que sou capaz de me entregar tanto ao trabalhar em Seiya?… Mesmo para mim, é um mistério. É provável que o conteúdo da história combine com algo em meu interior.” Juventude ativa na antologia de mangás de aluguel “Machi”  —  Antes de se tornar animador, o senhor estreou como autor de mangás na adolescência. Considerando que esse foi seu debute no ramo do desenho, acho que deveríamos começar pelas histórias dessa época. Eu desenhava num mangá de aluguel chamado Machi (revista mensal lançada em 1957 pela editora Central). Depois de estrear, continuei desenhando mensalmente por cerca de…

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“Estou batalhando para fazer a turma de Seiya, que ficou muito magra, voltar ao normal no filme deste verão.” Character Designer e Diretor de Animação     Quando houve a primeira conversa a respeito do character design do anime, li o mangá para ver e achei os personagens bem-feitos, porque, além de estarem imbuídos de todos os elementos necessários a um personagem, a caracterização como desenho estava feita. Assim, me esforçando para conseguir reproduzir isso em sua forma natural na tela, criei os personagens de acordo com o mangá. Com o objetivo de deixá-lo atraente como anime, e não idêntico ao…

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— Para começar, gostaríamos que a senhora nos contasse toda a história de como ingressou em Saint Seiya. Atendemos ao pedido do senhor Yoshifumi Hatano, produtor da Tōei Animation. Como a obra original havia acabado de começar na época da oferta, nem mesmo o primeiro encadernado estava à venda. Assim, ao receber cópias das revistas da Jump do senhor Hatano, nós as usamos como uma referência para o trabalho. Como eu já gostava de mitologia grega, consegui penetrar facilmente no universo da obra.         — Como a senhora e o senhor Araki dividiam o trabalho no design? Trocando opiniões enquanto fazíamos…

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“(…) haja vista o meu antigo fascínio pela Grécia e por Roma, foi fácil penetrar no universo da obra, apesar do número considerável de experimentos no trabalho do design.” Babel II foi o estopim — O que estimulou a senhora a entrar na indústria da animação? O fato de ter visto um trabalho do mestre Araki na TV. Assistindo a Babel II, eu fiquei encantada pelos desenhos do primeiro e do segundo episódio; contudo, percebi que o padrão dos desenhos mudou no episódio 3. Foi a primeira vez que tive a consciência de que as obras chamadas de animes eram…

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“Em contraste com os mechas lineares, ajustamos as armaduras mediante curvas.” Character Design     Apesar do privilégio de ser encarregada do character design do anime ao lado do senhor Araki (Shingo), no meu caso, eu avançava da seguinte forma: primeiro, o senhor Araki tinha a bondade de me fazer um rascunho, depois eu o finalizava, completando os detalhes finais.    No que concerne às armaduras, haja vista o meu apreço pessoal por vestimentas, não tive tantos problemas com o design e coisas do tipo, sabe? Como há muitos seriados com mechas retilíneos entre os programas de anime, fizemos o uso…

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“Também há muitas pessoas apaixonadas por Seiya no estafe.” Produtor Executivo    Seiya consiste na força do mangá e nos personagens do senhor Araki (Shingo) e, uma vez que existem componentes como os cenários do estúdio Mukuo, não há como negar o impacto elevado do senhor Morishita (Kōzō), que refina esses elementos naquele estilo, mas creio que se trata de uma produção obtida pela sinergia dessas várias forças.      A minha função, de encarregado da produção, se traduz na coordenação de toda a operação concernente à realização, ou melhor, mais propriamente no gerenciamento de todos os passos compreendidos…

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   O estafe de Saint Seiya é o mais obstinado da companhia. Algumas vezes, é difícil lidar com tamanho ímpeto, mas deve ser justamente por esse motivo que o cosmo da obra é transmitido ao público.    Como agente encarregado de atender às queixas e otimizar a gestão dos problemas, continuarei a fazer tudo o que posso. Obs.: traduzida em 2007, esta publicação foi redigida sob a égide do Acordo Ortográfico vigente à época.

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TAKAO KOYAMA (COMPOSIÇÃO DA SÉRIE) — Para começar, por favor, nos diga como se envolveu nas produções da Tōei Animation. Tudo começou quando o senhor Masamune Ochiai, que era o diretor de Don Dracula, de Osamu Tezuka, me apresentou ao senhor Keizō Shichijō, da Tōei. Então, me foi permitido participar de Dr. Slump & Arale-chan, obra na qual o senhor Shichijō atuava como produtor. Eu trabalhei como escritor em Konpora Kid, série dirigida pelo Kōzō Morishita, e acabei conhecendo o produtor Kazuo Yokoyama. Saint Seiya foi uma oferta do senhor Yokoyama. Se não estou enganado, recebi a ligação por volta…

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 “Em 30 anos, participei de 80 produções, mas este foi o trabalho para o qual eu mais escrevi.” ENTREVISTA Nº 1 — COMPOSIÇÃO DA SÉRIE — Para começar, gostaríamos que o senhor nos contasse toda a história de como ingressou na produção. Uma ligação do produtor Kazuo Yokoyama foi o pontapé inicial. Na época, a minha imagem estava fortemente atrelada a Time Bokan, e já fazia cerca de 10 anos que eu só escrevia comédias. Então, ao ler os mangás que me foram sendo enviados e constatar que se tratava de um sério conteúdo de ação, eu recusei gentilmente,…

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