O longa-metragem A Lenda dos Jovens Carmesins é a grande superprodução cinematográfica da série clássica. Graças ao sucesso apoteótico da Saga das 12 Casas na TV, o projeto do filme foi chancelado em fevereiro de 1988, um mês antes da estréia de A Grande Batalha dos Deuses, cooptando o diretor do média-metragem, Shigeyasu Yamauchi, e os melhores profissionais do seriado televisivo. Exibido em sessão conjunta com o especial de Sakigake!! Otokojuku, o longa-metragem chegou aos cinemas no dia 23 de julho de 1988, convertendo-se num paradigma de transposição bem-sucedida de animações semanais para as telonas.
Obs.: traduzida em 2007, esta publicação foi redigida sob a égide do Acordo Ortográfico vigente à época.
Fazendo jus a um dos melhores filmes da história da animação, o trailer oficial de A Lenda dos Jovens Carmesins [A Batalha de Abel] é magnífico
Em consonância com a magnitude da produção, foi confeccionado um guia exclusivo do título, um panfleto que brindava os espectadores com um editorial que se imiscuía na trajetória idílica da turma de Seiya, uma mensagem do mestre Masami Kurumada, a sinopse do filme, as fichas dos heróis e dos antagonistas e imagens deslumbrantes da aventura.
Além disso, o caderno trazia a genealogia das batalhas travadas pelos cavaleiros de Atena, um teste de personalidade, uma reportagem no estúdio Tōei Dōga, o precioso diário do senhor Kōzō Morishita, co-produtor do longa, mensagens da coalizão a cargo da animação e de todos os dubladores, uma lista exaustiva dos profissionais do estafe e do elenco e a letra da canção You Are My Reason To Be, tema composto especialmente para o filme.
Introdução
Os “cavaleiros” são os jovens que protegiam a deusa Atena na época da Grécia mitológica. Munidos unicamente do potencial bélico de seus corpos, eles não apenas eram capazes de rasgar os céus com os punhos mas abriam a terra a pontapés.
A prova de ser um cavaleiro reside nas armaduras, vestimentas sagradas que encampam suas constelações como estrelas-guardiãs. Ao envergar uma armadura, esses jovens se tornavam os seres mais poderosos da Terra. Dizem que, quando este mundo estiver conspurcado pelo mal, os guerreiros da esperança se levantarão, os sagrados cavaleiros de Atena.
Depois das duras peripécias e dos enfurecidos combates travados nas páginas da Shōnen Jump e na animação semanal, Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki se deparam com o inimigo mais poderoso de toda a série: Abel!
Abrem-se as cortinas da maior batalha da história — os cavaleiros de bronze são compelidos a enfrentar três combatentes incomparáveis, que trazem consigo os cavaleiros de ouro que tombaram na Batalha das 12 Casas.
Com o adorno de fantásticos raios de luz, são disparadas incontáveis técnicas mortais! As lutas de morte, deflagradas no suntuoso Templo da Coroa do Sol, erigido em Dignity Hill, o quartel-general do onipotente Abel, são de encher os olhos!
O público é presenteado com a aparição de cavaleiros escolhidos apenas para proteger Abel, guerreiros extrínsecos a todas as classes da confraria do Santuário, formada do bronze, da prata e do ouro.
Como os cinco cavaleiros de bronze poderão fazer frente a homens cujo cosmo até parece investido da Providência divina?! Lutem, cavaleiros de Atena! Guerreiros do amor, amizade, esperança e justiça!
Além das cenas espetaculares que se desenvolvem no mundo dos deuses, A Lenda dos Jovens Carmesins é um épico de amor e luta, o mais pujante e emocionante retrato das aventuras dos cavaleiros.
A direção do longa-metragem ficou a cargo de Shigeyasu Yamauchi, diretor de episódios da série de TV e do filme A Grande Batalha dos Deuses, ao passo que o enredo é de Yoshiyuki Suga, roteirista do seriado e das animações Supercampeões e Akakage, o Ninja Mascarado.
Shingo Araki, prócere dos animes que amealhou uma legião de fãs sectários com seu trabalho em séries como Danguard Ace e A Rosa de Versalhes, recebeu a incumbência de dirigir o processo de animação, produzindo uma charmosa expressão visual para o longa.
A música-tema do filme foi interpretada pela cantora Hitomi Tōyama, conhecida por sua pungente intensidade.
Parâmetros, poderes, classes… tudo é renovado para Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki! Nasce, aqui e agora, a nova lenda dos cinco jovens que fazem seu chamejante cosmo queimar!
Mensagem do Autor — Masami Kurumada
Graças aos esforços do pessoal da produção e ao suporte maciço dos fãs, parece que as animações para o cinema,que estrearam no verão do ano passado e na primavera deste ano, se tornaram bastante populares. Como autor da obra, gostaria de expressar minha gratidão a todos vocês.
Cada filme é uma história original, distinta dos quadrinhos, mas, como me engajei ainda nos estágios de produção, participando de partes como a composição da trama e do character design, fiquei muito contente por conseguirmos a mesma receptividade do mangá entre os fãs.
Neste verão, estou muito empolgado por ser um longa-metragem, um filme exibido nos mesmos cinemas que as megaproduções ocidentais.
Eu participei ativamente desde a fase do roteiro e, com o objetivo de deixar o filme mais interessante, tive inúmeras conversas com os produtores.
Como se supunha, a narrativa também é original, apartada do mangá. Na minha opinião, o filme é emoção garantida, uma obra que sincretizou as atuações da turma de Seiya, seu senso de justiça e amizade.
Sinopse
Num onírico dia ensolarado, Saori é surpreendida pela aparição de um belo rapaz. O jovem, que emana uma gigantesca cosmoenergia, se autodenomina Abel, o filho de Zeus, e traz consigo três cavaleiros: Atlas, Jaô e Berenice.
Abel e Atena (Saori) eram irmãos na era da mitologia, época em que o todo-poderoso Zeus purgou a humanidade com o “Dilúvio de Deucalião”, um castigo celeste por desafiar as ordens divinas e corromper a Terra com sua maldade. Tal qual o pai fizera milhares de anos antes, Abel voltou a este mundo com o intuito de aniquilar a raça humana, que novamente se degenerou.
Quando Abel, vislumbrando o fim do mundo, está para arrebatar a deusa, Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun correm em seu auxílio, mas Shura, Camus, Afrodite, Máscara-da-Morte e Saga, os cavaleiros de ouro que deveriam ter tombado na batalha das 12 casas do Santuário, se interpõem no caminho dos cavaleiros de bronze. Eles ressuscitaram pela graça e grande poder do cosmo de Abel.
Para a surpresa de todos, Saori rejeita os garotos, dizendo que acompanhará o irmão. Seiya tenta proteger Atena, mas é massacrado por Atlas. Seguindo o irmão, a deusa vai embora. Com os corações em pedaços ante o abandono, os cavaleiros de bronze se separam.
Tencionando proteger seu amado planeta e as pessoas que nele vivem, Saori planejava destruir Abel no Templo da Coroa do Sol. Ela jamais abandonou ou traiu os meninos! No entanto, Abel se dá conta do ardil da irmã e a elimina a sangue-frio! Antes de se dissipar, a cosmoenergia da deusa se despede do grupo de Seiya, que havia se dispersado pelos quatro cantos do mundo.
Rastreando a emissão do cálido cosmo de Saori, os cavaleiros rumam para Dignity Hill, no Santuário. Testemunhas do assassinato de Atena, Camus e Shura, que haviam jurado lealdade à deusa, se rebelam contra Abel.
Os leais cavaleiros dourados acabam se digladiando com Berenice e Jaô; contudo, também não são rivais para os cavaleiros da coroa do Sol. Visando o Templo da Coroa do Sol, Seiya tem um novo encontro com Atlas, mas, novamente, se mostra absolutamente impotente contra o servo de Abel, caindo derrotado.
Nesse meio-tempo, Shiryu é enviado ao país dos mortos pela técnica de Máscara-da-Morte, mas finalmente consegue se livrar do poderoso desafeto. Shun, que travava uma terrível luta contra Afrodite, é salvo por Ikki, mas o feliz reencontro dos irmãos é abruptamente interrompido por Atlas, que os leva ao chão com seu golpe ultramortífero.
No decorrer das batalhas, Saga vai ao encontro de Seiya para lhe dar o golpe de misericórdia. Após revelar os verdadeiros sentimentos de Atena, o Cavaleiro de Gêmeos diz a Seiya, que agoniza às portas da morte, que Saori pode voltar à vida, se Abel for derrotado antes que a alma da deusa caia no “Yomotsu”, o abismo da morte.
Apesar dos ataques do cavaleiro dourado, a cosmoenergia de Seiya pega fogo. Saga é derrotado! Fica-se sabendo que o duelo não passou de um subterfúgio para reanimar Seiya e exortá-lo a lutar.
Para permitir que Seiya adentre o Templo da Coroa do Sol, Saga se sacrifica, subindo aos céus com Jaô, seu companheiro nas estradas da morte. No templo solar, Abel ordena que Hyoga construa um ataúde de gelo para Saori, e a recusa do Cisne deflagra uma luta de morte contra Berenice.
Mesmo sofrendo com os ataques de Berenice, Hyoga vence o combate. Com os corpos em frangalhos, Hyoga, Shiryu, Shun e Ikki chegam, um após o outro, ao Templo da Coroa do Sol. Seiya se reúne a eles!
Nem mesmo as investidas de Atlas são capazes de arrefecer a vontade de Seiya, Shiryu e Hyoga, que elevam seu cosmo ao limite para conjurar as armaduras douradas.
Seiya enverga a armadura de Sagitário, ao passo que Shiryu é assistido pela armadura de Libra, vestimenta do Mestre-Ancião, e Hyoga, pela armadura de Aquário, legado de Camus. O trio fulmina Atlas, ficando, enfim, cara a cara com Abel; porém, Shiryu e Hyoga vão a nocaute com apenas um golpe do deus!
Após despertar o sétimo sentido, o cosmo supremo, Seiya trespassa o peito de Abel com a flecha de Sagitário e resgata Saori da morte! Assim, nosso mundo e a vida de Saori são salvos por Pégaso e seus amigos.
O Mundo dos Cavaleiros
Genealogia das Batalhas
Na era da mitologia, existiam jovens que protegiam Atena. Chamados de cavaleiros de Atena, eles eram capazes de cortar os céus com os punhos e de separar a terra a pontapés. Façamos uma retrospectiva do mundo de Saint Seiya, que utiliza os mitos da Grécia como pano de fundo para retratar a amizade e as ardentes batalhas desses meninos
Ao tomar conhecimento da existência dos lendários cavaleiros e se render a seu fascínio, Mitsumasa Kido, da Fundação Graude, enviou cem garotos a diversas localidades em volta do globo. Seu objetivo era formar um contingente de cavaleiros.
Seis anos mais tarde, os meninos que superaram as adversidades e obtiveram êxito em se sagrar cavaleiros retornaram ao Japão. Entre eles estava Seiya, o rapaz que voltou com a armadura da constelação de Pégaso.
Encampando o último desejo do finado Mitsumasa, a neta do magnata, Saori Kido, organizou a Guerra Galáctica, a monumental competição pela armadura de ouro, a máxima distinção na hierarquia dos cavaleiros.
Todavia, quando o torneio chegava a sua metade, a vestimenta dourada de Sagitário acabou sendo roubada por Ikki de Fênix, um cavaleiro que se insurgiu contra os colegas.
No encalço de Fênix, os cavaleiros de bronze defrontaram-se com os cavaleiros negros, homens que renunciaram aos punhos dos cavaleiros justiceiros para satisfazer suas próprias ambições, seguindo Ikki e dedicando-se a derramamentos de sangue.
Capitaneados por Seiya, Hyoga, Shiryu e Shun derrotaram o séquito de guerreiros espúrios e restituíram a armadura de ouro a Saori. Nesse momento, surgiram os cavaleiros de prata, enviados pelo Santuário, o quartel-general dos cavaleiros, para aniquilar o grupo de Seiya, que violou o código de conduta dos cavaleiros por combater em prol de anseios pessoais.
A proteção de Saori e a pilhagem de sua armadura dourada desencadearam novas batalhas mordazes, vencidas com o auxílio de aliados como Ikki, que mudou após a comunhão com os amigos, e Marin, a preceptora do Cavaleiro de Pégaso em Atenas.
Sentindo a sombra de maldade que se ocultava detrás da santa imagem do Papa, que deveria arregimentar os 12 cavaleiros dourados no refúgio e atuar como o egrégio servidor de Atena na Terra, os rapazes embarcaram com Saori rumo ao Santuário.
No entanto, ao cair na cilada arquitetada pelo sumo pontífice, a jovem acabou tendo o peito alvejado por uma flecha de ouro. Ninguém além do Grande Mestre poderia extrair a flecha, que haveria de transpassar o coração da deusa ao final de doze horas!
Como o “Salão do Mestre” ficava no topo do Santuário, incrustado no cimo das moradas guardadas pelos cavaleiros dourados, iniciou-se a luta de Seiya e seus amigos para atravessar as 12 Casas do Zodíaco.
No decorrer dessa guerra, o grupo de Seiya amadureceu de forma fantástica, despertando o poder para resistir até mesmo aos cavaleiros de ouro.
No Tōei Manga Matsuri do verão de 1987, “Seiya” fez sua estréia nas telonas. Nesse filme, os cavaleiros de bronze confrontaram os cavaleiros-fantasmas, liderados por Éris, a deusa da discórdia.
No Manga Matsuri da primavera deste ano, o palco mudou para Asgard, a nação dos deuses, na Europa setentrional. Nesse novo cenário, os cavaleiros tiveram uma espantosa conflagração com o maléfico Patriarca Dorbal, que tencionava governar o mundo, e seus sequazes, os guerreiros-deuses.
Seguindo a trama da obra original, a série de TV se valia da junção de episódios e personagens exclusivos da animação (a exemplo dos cavaleiros de aço e do Cavaleiro de Cristal) para avançar; entretanto, desta vez, o seriado se apropriou das configurações do segundo filme para entrar numa nova fase, a Saga Original do Norte da Europa!
Atualmente, o mangá semanal está na Saga do Santuário do Mar, que foca a guerra desesperada que a turma de Seiya trava contra os marinas. Outra etapa absolutamente eletrizante!!
Agora veremos Seiya e os demais cavaleiros com as novas armaduras de bronze. Além disso, a luta no primeiro longa-metragem da série será contra o irmão mais velho de Atena, o deus Abel! Pode-se dizer, sem dúvida, que este é o inimigo mais terrível da história dos cavaleiros!!
O Diário de Trabalho do Produtor Kōzō Morishita
O panfleto do terceiro filme presenteou os fãs da série com a publicação do diário de trabalho de Kōzō Morishita, co-produtor do longa-metragem. Trata-se de registros valiosos do andamento dos trabalhos, notas auto-explicativas sobre as fases da confecção de um anime.
15 de fevereiro de 1988 (sala de conferências do Q.G. da Tōei)
Está decidido! Saint Seiya neste verão! Um longa-metragem com 75 minutos de duração deve ser finalizado até o dia 10 de julho! O prazo para produzi-lo é de 5 meses! “Que absurdo! Terminar um filme de 75 minutos em 5 meses!…”
Subitamente, fico pálido e nervoso. Nessa hora: “Mas o quê!? Este cosmo quente… Senhorita Saori… a Atena… Muito bem! Que o meu cosmo se acenda!”
Quando consinto satisfeito, posso ver um sorriso em todos os presentes.
16 de fevereiro (Kurumada Production)
Vim visitar o mestre Masami Kurumada. Já é o terceiro filme, mas fico boquiaberto com as novidades, as idéias que transbordam do seu cérebro… O homem é uma verdadeira fábrica de idéias!
18 a 20 de fevereiro (Platô Izu)
Num quarto do Hanafubuki, uma hospedaria do Platô Izu, o silêncio perdura como se pudesse se mesclar à calmaria matutina da chapada. O roteirista Yoshiyuki Suga transpôs a madrugada completamente absorto numa introspectiva meditação.
Uma aura se eleva de trás do sr. Suga… “Consegui! é isto… Neste verão… A Lenda dos Jovens Carmesins!”
Na manhã do terceiro dia, o roteiro finalmente está terminado.
15 de março (estúdio Tōei Dōga)
Após entregar-lhe um fardo com 12 latinhas de Coca-Cola, que comprei na Rogers por 1 real cada, indago ao diretor Yamauchi, que estava confinado no ateliê do estafe: – E então, quantas páginas?
– É um rascunho. 100 páginas…
– Incrível! Só podia ser vo… Onde está? Deixe-me dar uma olhadinha — respondo.
Apontando com a cabeça, o diretor Yamauchi só balbucia: “Aqui…”
25 de março (Araki Production)
O esboço do mestre Kurumada e o character design do senhor Shingo Araki: eis a gênese do irmão mais velho de Saori, o lendário deus do Sol Abel!
11 de abril (Kurumada Production)
Festa! O storyboard está pronto! A aura que o mestre Kurumada emana ao conferi-lo… Temos nossos esforços recompensados por seu sorriso meigo.
13 de abril (estúdio Tōei Dōga)
Com 10 dias de atraso em relação ao cronograma, a animação finalmente tem início. A tensão jorra dos olhos do senhor Shingo Araki, o diretor de animação, que analisa as 1.218 seqüências do storyboard.
Inexorável, o briefing com o diretor Yamauchi para acertar os desenhos começou.
25 de abril (estúdio Tōei Dōga)
Numa sessão privada, assisto a uma prévia de 90 segundos. Confrontado pelo poder de Saint Seiya bailando na telona, mais uma vez, me dou conta da magnitude dos desenhos do senhor Araki e da habilidade do diretor Yamauchi.
28 de abril (Columbia Records)
De acordo com o resultado da audição, Hitomi Tōyama, mais conhecida como “Penny”, será a cantora da música-tema.
As vozes de Hitomi Tōyama e Oren Waters se mesclaram de forma sinestésica à animação
9 de maio (Los Angeles)
Tema do longa-metragem, a canção YOU ARE MY REASON TO BE é gravada.
23 de maio (estúdio Tavac)
O ajuste da trilha sonora entre o diretor Yamauchi e o compositor Seiji Yokoyama se estende por horas a fio. Nada de almoço…
A dedicação do maestro Yokoyama a Seiya me deixa encantado… E a esposa dele também é uma grande fã.
O rumor de que não há espaço para ficar no escritório do maestro em virtude dos brinquedos, pôsteres e artigos dos cavaleiros também…
6 de junho (estúdio Tōei Dōga)
Aumenta o material para a promoção do filme. Ferrenha, a cobertura das revistas especializadas se intensifica. Fico perplexo com a amplitude do afã pelo filme de Seiya, uma sanha que provém de todas as direções.
Com a inspeção das imagens-chave e a etapa de verificação de cenários, células e temporização interna das seqüências, a sala do estafe até parece um campo de batalha…
15 de junho (estúdio Tōei Dōga)
O processo fotográfico começa para valer. Só me resta ficar admirado com a juventude e o vigor dos diretores assistentes e auxiliares da produção, que continuam a trabalhar sem pregar os olhos.
23 de junho (estúdio Tōei Dōga)
As 1.218 seqüências, todas as fotos foram concluídas. Memorável, hoje é o dia mais feliz para nós que fazemos o filme. Estamos todos tomados por uma forte sensação de dever cumprido.
24 de junho (estúdio Tōei Dōga)
A edição do filme vara a noite. Depois de passar a semana inteira dormindo apenas duas ou três horas, o diretor Yamauchi está cambaleando… contudo, queimando seu último cosmo, ele continua pensando em cada detalhe na deliberação do material para a propaganda do longa-metragem.
Às 3 horas da manhã de hoje, durante a quarta exibição diária do filme, era possível ouvir o agradável ruído emitido pelo cochilo dos membros do estafe. No entanto, o diretor Yamauchi persistiu. Na verdade, seus olhos estavam mais brilhantes…
Fazendo jus a um dos melhores filmes da história da animação, o trailer oficial de A Lenda dos Jovens Carmesins [A Batalha de Abel] é magnífico
25 de junho (estúdio Tavac)
Aleluia! Aproveitando a folga de várias horas, entramos na dublagem. Estou no Tavac de Shinjuku. Tōru Furuya, dublador do Seiya, Keiko Han, que interpreta a Saori… Um após o outro, os atores regulares da série chegam ao estúdio.
O senhor Taichirō Hirokawa, ator que dará voz a Abel, entra na casa, e a dublagem finalmente começa! Com um elenco inigualável, os trabalhos avançam às mil maravilhas.
30 de junho (Sound Inn — estúdio A)
Embalada pelo bom humor do maestro Seiji Yokoyama e sua torrente de piadas, a gravação da trilha sonora do longa-metragem tem início. A sucessão de melodias deflagra o sentimento profundo de que isto, sim, é um filme.
3 a 5 de julho (estúdio Tavac)
O estágio final da animação, que consiste na mixagem das falas com a sonoplastia e a trilha sonora, foi iniciado no estúdio Tavac. Até a fisionomia do diretor Yamauchi, acomodado na sua cadeira… Repleto de tranqüilidade, é o rosto sereno de quem se livrou daquele pandemônio de duas semanas atrás.
Ao sinal de teste do senhor Hatano, o engenheiro acústico, as fitas rodam todas ao mesmo tempo. Que visão magnífica! É absolutamente espetacular! Seiya, Saori, o filme… todos vão recebendo sopros de vida…
13 de julho (sala de exibição privada do estúdio de filmagem da Tōei Dōga)
O fragor dos aplausos não cessa, as ovações… A primeira exibição do filme finalizado finalmente terminou. Para nós que fazemos filmes, este momento é tudo! Não importa o quão excruciante tenha sido, mesmo que haja contratempos insolúveis, tudo agora é passado. Para terminar um filme, adversidades que desafiam a imaginação e partes que demandam a paciência de Jó existem em profusão. No entanto, a magia do momento que fica pronto e anunciamos ao pessoal…
Diretor Yamauchi, membros da equipe, vocês trabalharam duro. Recebam o meu muito-obrigado!
12 Comentários
Perfeito demais. Esse pabfleto é muito maior que os outros. Por que? O diário do diretor Morishia é incrível. O filme ficou pronto rápido demais. Posso pedir que você também faça o do Tenkai?
Este é o meu filme favorito. Para mim, é um exemplo perfeito de shônen. O panfleto é maior que os demais porque se tratava de uma produção maior, um longa-metragem. Não tenho interesse em traduzir o panfleto do Tenkai. Como não gosto dessa produção, não tenho vontade de traduzi-la, apesar de ter o livro na minha coleção. Se não estou enganado, outras pessoas estão traduzindo esse panfleto.
só fiquei decepcionado , quando , segundo a classificação oficial das armaduras, as armaduras dos servos de Abel seriam também de bronze ;;;;
Essas “classificações oficiais” não passam de tentativas de coadunar universos paralelos. Como o Atlas disse, trata-se de combatentes e vestimentas extrínsecos à confraria de Atena. Não pertencem à classe de guerreiros segmentada por bronze, prata ou ouro. E o poder deles, como salta aos olhos no filme, não é inferior ao dos cavaleiros dourados.
Após alguns meses vendo detidamente cada um de seus trabalhos aqui, enfim chego ao ultimo. Escolhi especialmente este para o final por compartilhar de sua opinião no tocante ao terceiro ser o melhor filme. Aliás posso dizer que compartilho de praticamente todas as colocações expostas aqui.
Assim, deixei para comentar apenas agora também, mesmo depois de (pasmem, li o primeiro em dez de 2013 e só agora terminei) quase 2 anos anos lendo e relendo (apreciando, para ser sincero) seus trabalho de tradução e adaptação desses incríveis materiais só tenho uma coisa a dizer: OBRIGADO;
Aliás, tenho duas: duvido que neste país exista alguém tão fã de SS quanto você. Fico com uma boa sensação de não estar me sentir mais tão só, já que pouquíssimas pessoas acompanharam SS com uma visão mais aprofundada.
Alegra-me saber que você gostou. Por captar a essência da série, este realmente é o meu filme favorito. Por favor, continue acompanhando as publicações e não hesite em postar as suas opiniões.
En la parte del mensaje de Kurumada dice “la serie de anime mas popular de la historia”, faaa, era porque en esa epoca era la serie mas popular de Japon, tanto que lidero los ingresos de Toei en 1987, sin duda fue uno de los grandes sucesos de los 80 en ese pais y los que dicen que no tuvo exito es porque no saben nada, hasta fue la serie con mas portadas de la shonen jump en 1987 y 88 y solo las series de elite logran tal cosa en esa revista.
Que buen trabajo y obrigado por la traduccion
Estoy de acuerdo con todo lo que dijo. amigo. “Saint Seiya” fue el gran éxito de los años 1987 y 1988. Sin embargo, esta frase parece haber sido introducido por el editor del folleto, no por el maestro Kurumada. Le recomiendo que lea el libro Jump Gold Selection 1. Quedo a la espera de sus comentarios. Muchas gracias.
gracias por responder y si, ya se que no lo dijo kuru, es cosa de la produccion, a lo que me refiero es a la estupida percepcion que tienen en latinoamerica de que la serie no tuvo exito en japon cuando hay datos que dicen lo contrario.
Sea como sea me encanta Saint Seiya desde los 90, saludos desde argentina
Es verdad. De hecho, hay esta idea errónea de que la serie no ha hecho mucho éxito. Creo que esta idea es el resultado de una comparación tonta con Dragon Ball Z. Saint Seiya hizo mucho más éxito que Dragon Ball – tanto en términos de audiencia y en el éxito de marketing – durante el tiempo que ambas series se han emitido. Entre 1986 y 1988, fue vendido unos 12 millones de miniaturas sólo en Japón. En otras palabras, una décima parte de la población del país en ese momento. Dragon Ball Z debutó 18 días después del final de Saint Seiya, e incluso en la Shonen Jump, la transición a la fase Z ya se ha producido en manga después del ocaso de Saint Seiya, que coincidió con la colocación de la gran saga de Asgard.
Después de la colocación de Dragon Ball Z en Latinoamérica, las comparaciones con Saint Seiya comenzaron,y también el mito de que la serie no ha hecho mucho éxito. Dragon Ball Z es la animación más famosa en la historia de Toei (quizás el más famoso shônen de la historia ), mientras que el anime Saint Seiya fue la televisión de mayor éxito en el 87 y el 88.
Esta creencia absurda nació de la ignorancia de los medios de comunicación especializados en América Latina. Los incompetentes que trabajaban en la revista “Héroi”, por ejemplo, eran semialfabetizados en Portugués, pero compraban las revistas japonesas (de hecho, especializadas) y escrebian sus historias con base en los diseños de página. Cuando Saint Seiya llegó a América Latina, la serie había sido cancelada cuatro años antes en Japón y Dragon Ball Z estaba en su apogeo. Al ver que las revistas sólo se trajeron materiales de dragón Ballz, dedujeron que Saint Seiya no tuvo éxito, creando esta falsa percepción y el consiguiente odio entre los fans de Saint Seiya y Dragon Ball Z.
Muchas gracias.
exacto, al llegar la serie a latinoamerica y navegar por internet( que no era masivo) o ver revistas como dijiste y no ver el apogeo de seiya en japon porque ya habia trminado, creyeron que habia sido un fracaso, y de ahi quedo esa idea.
Al entrar en webs japonesas me di cuenta de la imortancia que tuvo en los 80 la serie
Creo que la Internet sólo se hizo popular entre los años 1999 y 2000 en Brasil. No debe haber sido muy diferente en Argentina, verdad?
En los años 90 ya existían revistas relativamente especializadas en Francia e Italia, pero nosotros estábamos totalmente en la oscuridad.