A Lenda dos Homens que Combatem Renasce no Mundo Moderno!!
É desnecessário dizer que a espinha dorsal de Saint Seiya é a mitologia grega. Partindo do mito dos cavaleiros que protegem a deusa Atena, Pégaso, Andrômeda, Fênix, Unicórnio e praticamente todos os demais animais quiméricos que aparecem na mitologia dão as caras.
A especificidade de entrelaçar esses elementos místicos com as artes marciais, a atividade mais fiel aos instintos humanos, é a peculiaridade de Saint Seiya. Mal podemos esperar para ver que espécie de “nova mitologia” os 10 cavaleiros hão de produzir no mundo contemporâneo, em 1986…
Vinheta legendada da pré-estreia de Saint Seiya no Japão (1986)
Como simbolizado pela recente explosão do tokusatsu, já faz muito tempo que começamos a ouvir que os heróis desapareceram dos animes. Mas também é fato que um novo gênero de heróis que não são robôs, e sim humanos dotados de um poder sobre-humano — como Kenshirō, de Hokuto no Ken, e o Kinnikuman — começa a ser notado. E personagens como Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun também estão satisfatoriamente imbuídos dos elementos imprescindíveis aos heróis!
Estamos no Natal. A estação do ano em que as constelações ficam mais profundas, emitindo uma luz misteriosa. Pensar nas lendas modernas que os 10 jovens construirão enquanto fitamos o céu estrelado também não é ruim.
Saint Seiya decerto vai desenvolver uma nova imagem de heróis diante dos nossos olhos. Por ora, parece que não poderemos tirar os olhos da série!!
Saint Seiya começou como um romance de artes marciais em escala monumental. A expectativa pelo presságio do nascimento de novos heróis dos tempos modernos só aumenta. Para perscrutar o charme da obra, a Newtype ousou entrevistar diretamente o autor, o senhor Masami Kurumada! Ouviremos da boca do próprio senhor Kurumada o que é o “mundo de Seiya”! Nós recomendamos o depoimento não apenas aos fãs do autor mas também a você que lamenta a falta de heróis!
Contato Direto! Depoimento de Masami Kurumada
O que são os cavaleiros? Masami Kurumada, da obra original, nos conta
No que se refere à ideia de Saint Seiya, no início, tratava-se de algo mais simples. A priori, como pretendia seguir simplesmente com uma espécie de conteúdo de caratê, um garoto treinava nas profundezas das montanhas do Japão. Eu pensei num tipo de história em que o capitão do clube de caratê de uma escola chegava ali para um camping e avistava esse jovem…
Entretanto, como vestir aquele tipo de traje no interior de uma montanha japonesa… (Risos.) era esquisito demais, pensei que optar por um país estrangeiro talvez fosse um pouco melhor. Embora não haja nenhum motivo específico para ter optado pela Grécia, ter escolhido o país como cenário foi o ponto de partida para trazer o universo da mitologia.
As circunstâncias da vida da turma de Seiya se parecem com o cenário de uma obra minha, um mangá chamado Raimei no Zaji. O fato de lutarem enquanto carregam um grande mistério sobre seu nascimento… Mas a forma como vou contar esse segredo agora é uma parte em que estou quebrando a cabeça.
Mesmo que não tenha muita lógica, além de pensar que aproveitar o ímpeto para desenhar também é crucial, todos os mangás da Jump têm esse ímpeto. “Seiya” só começou, mas vou deixar o trabalho muito mais interessante e intenso. Por favor, aguardem com expectativas.
26 de setembro de 86 — conversa em Shibuya