Brilhem! 12 Constelações da Voz
A Resenha dos Dubladores dos Cavaleiros Dourados
Os 12 cavaleiros da voz que, guiados pelas constelações eclípticas (?), interpretaram os cavaleiros dourados. Vamos registrar e transmitir ipsis verbis as impressões deles, que interpretaram cada personagem de forma única com suas vozes repletas de idiossincrasias.
Para aqueles que curtem astrologia, também será interessante comparar as afinidades entre os signos dos cavaleiros dourados e dos dubladores (os depoimentos dos dubladores Kōji Yata e Hideyuki Tanaka foram compilados no último volume), certo?!
Kōji Totani
As falas trocadas com o Shiryu ficaram gravadas na minha mente.”
A minha primeira impressão ao ver o Shura foi: “Nossa, ele é jovem, não?” (Risos.) Como também era a minha primeira vez nessa modalidade de papel, eu até cheguei a me perguntar se realmente seria capaz de interpretá-lo e tal… (Risos.)
O senhor Kōji Totani interpretou o pragmático Shura de forma magistral
Veja bem, creio que as produções formadas apenas por esses personagens bonitões também são raras, e ainda houve a repercussão dos fãs só pelo fato de eu fazer o papel do Shura. (Risos.)
Mas, no que tange ao tipo de pessoa, o Shura talvez seja o meu oposto. É por isso que “Seiya” é um trabalho que eu ainda não havia conseguido fazer em minha trajetória.
O senhor Totani também deu voz a Jagi, o vilão mais pérfido do épico Hokuto no Ken
Retornando ao Shura, quando ele luta com o Shiryu, no fim, os dois sobem aos céus e acabam se incinerando… mas aquela fala em que ele diz: “Protegeremos Atena ao nos transformar em estrelas, certo, Shiryu?” me marcou profundamente, sabe?
Rokurō Naya
“O Camus, que tinha um coração compassivo, foi um personagem de quem gostei.”
Na hora que o Camus derrota o Hyoga, seu discípulo, quando ele diz: “É para o seu próprio bem” e, pelo menos, se dá ao trabalho de fazê-lo com suas próprias mãos, ele está pensando no pupilo, não é verdade? É por esse motivo que, não importava qual fosse a ocasião, eu tencionava imprimir no Camus os matizes de um papel humano. Nesse mesmo sentido, trata-se de um personagem pelo qual tenho um apreço extraordinário.
Protagonista de algumas das cenas mais emocionantes da animação, o senhor Rokurō Naya realizou um trabalho incomparável na construção do papel do Cavaleiro de Aquário
Eu gostei da cena em que, por fim, os 2 se aniquilam mutuamente e também ficaria contente se os espectadores compreendessem o sentimento de consideração para com os amigos ou companheiros ao vê-la.
O meu filho está lendo “Seiya” e, às vezes, ele me ensina algumas coisas, como a forma de ler os [nomes dos] cavaleiros. (Risos.)
Além disso, ele também me perguntou: “Mesmo que morra, o Hyoga certamente voltará à vida; sendo assim, o que será do Camus, hein?” (Risos.)
Na próxima, acho que vou tentar perguntar ao mestre Kurumada, não é? (Risos.)
O senhor Rokurō Naya também foi o intérprete do soturno Sensui, o grande vilão da segunda parte do seriado Yū Yū Hakusho
Kei’ichi Nanba
“Tentei introduzir um sorrisinho jocoso a todo momento.”
Considerando que tive, comparativamente, uma profusão de papéis galantes até o advento da série, quando veio o papel do Afrodite, pensei que era algo que valia a pena fazer, entende?
Graças ao trabalho majestoso do senhor Kei’ichi Nanba, podemos sentir todo o narcisismo do personagem por intermédio de sua risada intimidadora
Por isso, na hora do teste, tentei fazer uma voz diferente das impostações que havia realizado até então, mas, a princípio, talvez por ter alterado demais a voz, acabei sendo admoestado: “É que não é comédia, sabe?” (Risos.)
No entanto, por ser um narcisista, ou melhor, um papel realmente fascinante, eu também tentei inserir um “pff” [interjeição de contempto] que provocasse aquela sensação de frio na espinha a todo momento. (Risos.)
Embora o papel do meu rival tenha sido desempenhado pelo Shun, todos os dubladores que aparecem em “Seiya” surgem falando de forma trovejante, não? (Risos.)
Apesar de também ter curtido o Afrodite como personagem, como agora farei o Posseidon, conto com o suporte de vocês.
A fúria de Posseidon ao ver o arrimo do Santuário Submarino destruído por Pégaso é uma boa amostra da perícia do senhor Kei’ichi Nanba
Kaneto Shiozawa
“Eu senti seu poder de luta quando ele confrontou o Máscara-da-Morte.”
Como o Mu tem essa característica de espectador, ele meio que apenas observa as lutas da turma de Seiya… (Risos.) É claro, acho que ele acompanha os embates tendo ciência de tudo, mas, por causa disso, no que se refere à forma de interpretá-lo, é a de uma pessoa superior, ou melhor, nobre…
No entanto, como há uma porção que acaba ficando um pouco andrógina quando utilizamos essa forma de falar, isso foi uma preocupação.
O Mu mesmo jamais botou a mão na massa. Ele só assumiu a postura de que poderia vir a lutar uma única vez, na ocasião em que disse ao Máscara-da-Morte: “Vai querer abrir as cortinas da batalha com um duelo entre mim e você?”
Antes de intimidar Aiolia, no episódio 111, Mu também desafiou o maléfico Máscara-da-Morte
Eu pensei com os meus botões que, se ele partisse para a briga, provavelmente seria um cara bem poderoso, sabe?
O senhor Kaneto Shiozawa mostrou toda a sua versatilidade no papel de Rei, o irascível sucessor do gracioso Nanto Suichō Ken. O trágico amigo de Kenshirō tem um temperamento absolutamente distinto da personalidade fleumática de Mu
Tesshō Genda
“Para mim, os papéis de personagens durões são mais fáceis de fazer.”
Considerando que os papéis de fortões são mais fáceis para mim, não admira que o Aldebarã seja um personagem que eu aprecie, não é? Gargalhando, Ele surge diante do bando do Seiya com aquela panca que diz que ele não os deixará passar dali…
Expansivo, o altivo Cavaleiro de Touro gargalha ruidosamente
Colocando a masculinidade para fora, eu o dublei de forma franca, e não houve nenhuma sensação de que algo está fora do lugar, não é? Por outro lado, às vezes, meu santo não bate com personagens bonitos… (Risos.)
Como não poderia ser diferente, uma produção popular significa bons desenhos, não é verdade? Particularmente no caso dos conteúdos de ação, quando temos os desenhos, o som das vozes fica melhor na performance.
O senhor Genda também dublou o musculoso Toguro, o icônico vilão de Yū Yū Hakusho. Da mesma forma que o intérprete brasileiro, Luiz Feier Motta, ele é o dublador japonês de Sylvester Stallone e de outros fortões do cinema
Contudo, sendo da parte dos convidados, como havia palavras que eu não conhecia, a exemplo do termo “cosmo”, também fiz um montão de perguntas ao Furuya (Tōru). (Risos.)
Kazuyuki Sogabe
“Interpretar vilões é mais gostoso.”
Na fase das 12 Casas, fiz o Saga maligno, mas, no filme do verão, me deixaram fazer o Saga do bem. (Risos.) Porém, como a identidade dele acabaria ficando evidente se a mesma pessoa fizesse o lado bom e o Grande Mestre*, os papéis foram divididos, entende? (Risos.)
O senhor Kazuyuki Sogabe realizou um trabalho primoroso na composição do personagem. As falas proferidas por Saga marcaram gerações de fãs
Nos filmes ocidentais e segmentos do tipo, eles têm interpretado um número surpreendente de papéis exóticos, como indivíduos com dupla personalidade e espécimes afins, mas, quando se tem a oportunidade de fazê-lo, não existe nada melhor. (Risos.)
Além de ser absolutamente impossível na vida real… (Risos.) interpretar um personagem maquiavélico assim é mais prazeroso. (Risos.) Em contrapartida, quando o mal é derrotado, é melhor levar um pau federal… (Risos.)
Entretanto, no final das contas, quando retira a máscara de Grande Mestre, o Saga é um personagem boa-pinta, razão pela qual até pensei em mudar a voz… (Risos.)
*Nota: na versão nipônica, a projeção do Cavaleiro de Gêmeos (episódios 44, 45 e 46) foi dublada por Katsuji Mori. O ator Akio Nojima deu voz à personalidade benévola nos constantes diálogos internos do Grande Mestre. O senhor Nojima também foi o intérprete do Saga bondoso (episódios 71 e 73).
Ryōichi Tanaka
“Um papel gratificante por ter dado tudo de mim.”
Por não haver seres humanos como o Máscara-da-Morte no mundo real, a possibilidade de virar esse tipo de pessoa é bem bacana no que diz respeito à forma de representar. Seria o fascínio característico do mundo do faz de conta?… Creio que, quanto mais desalmado ou legal é o personagem, mais interessante é o processo de interpretar e assistir. Por esse lado, na época do Máscara-da-Morte, como falei com tudo que tinha… (Risos.) Tenho a impressão de que fiz o meu melhor, sabe?
O senhor Ryōichi Tanaka expressou magistralmente todo o sadismo do Cavaleiro de Câncer. Embora seja um sociopata, Máscara-da-Morte sempre teve uma legião de fãs
Além do mais, eu não estava fazendo personagens bonitões ultimamente e fazia muito tempo que não tinha um papel legal assim… (Risos.)
Mesmo sendo um vilão, parece que ele é popular, não é verdade? Um dia destes, fiquei perplexo ao receber uma carta de um fã de Taiwan… (Risos.)
Yūji Mitsuya
“Foi complicado suprimir as emoções humanas.”
Anteriormente, eu já havia feito o papel do Orfeu de Lira, no primeiro trabalho para o cinema, mas, na série de TV, o papel do Shaka foi o primeiro. Depois disso, na Epopeia do Anel Dourado, fiz o Mime de Benetnache.
No caso do Shaka, por se tratar de um ser próximo de Deus, mesmo nas falas, uma atuação contida era requerida. Até mesmo nos momentos em que os oponentes partem para cima num arroubo, ele acaba repelindo-os tenuemente, eximindo-se de ser engolfado pelo ritmo que o cerca…
Até na hora de falar os nomes das técnicas, é como se ele recitasse um encantamento, não é verdade? É por esse motivo que a parte de dublar controlando as oscilações das emoções humanas foi dificílima.
O senhor Mitsuya deu voz ao icônico Shaka de Virgem, um dos personagens mais fantásticos da epopeia dos cavaleiros
Entretanto, se alguém como o Shaka existisse de verdade, por ser excessivamente divino, a gente não teria muita vontade de ficar amigo dele, não é? (Risos.)
Shūichi Ikeda
“As expressões de filmes de época foram um prazer.”
Ainda hoje, a cada 10 pedidos de autógrafo que recebo dos fãs, mais ou menos 2 são de crianças que pedem que eu assine como “Milo”. (Risos.) No entanto, a partir daí, podemos depreender o carisma do personagem. Quando comecei a dublá-lo, a galera me disse que ele logo morreria e tal (já que era um convidado), mas ele continua firme e forte, não é? (Risos.)
Submetendo Hyoga a uma excruciante provação, o senhor Shūichi Ikeda proferiu falas memoráveis, transmitindo toda a intensidade do Cavaleiro de Escorpião
Não apenas sinto como se ainda houvesse coisas a fazer, mas também que chegará a hora de interpretá-lo novamente. As expressões de novelas de época características de “Seiya”… eu me senti muito bem enquanto as proferia. Eu dublava pensando se não havia problemas em atuar como se realmente fosse uma novela de época, sabe?
Já que todos esses personagens bonitos têm o rosto parecido, eu cheguei a me perguntar: “Ora, qual deles sou eu mesmo?” (Risos.)
Yūsaku Yara
“Como eu pensava que era um vilão, fiquei surpreso ao ver o desenho.”
Embora eu já tivesse ouvido que “Seiya” tem muitos personagens bonitos, na hora que recebi o papel, como eu pensava que era um vilão… (Risos.) eu fiquei perplexo quando vi um desenho do Aiolos pela primeira vez. (Risos.)
Detentor de um talento prodigioso, ele também deu voz ao portentoso guerreiro-deus Thor e ao General Kaiser, um vilão marcante de Hokuto no Ken 2
Por causa disso, acho que talvez até demore um tempo para papéis de personagens bonitões aparecerem… (Risos.) Contudo, na época do teste, mesmo pensando que havia algo errado, ao realizar a performance, eu esqueci esse fato e atuei com o pensamento “Eu sou este personagem”.
O Aiolos só apareceu em cenas de reminiscências; entretanto, ele não apenas foi um personagem fácil de pegar, mas consegui interpretá-lo de forma direta. A fala “Jovens, Confio Atena aos seus cuidados!” ainda continua muito viva na minha mente.
Perfeito para o papel de Aiolos, o senhor Yara emocionou todos os telespectadores com as falas antológicas do episódio 64