“Idealizamos as cores para que as células pudessem ficar independentes em relação ao cenário.”
Se fosse instado a dizer que tipo de trabalho é a especificação de cores, a priori, seria ir determinando as cores de personagens e equipamentos ao avaliar a conexão desses elementos com a série como um todo. É a construção das regras. Nós vamos decidindo as cores desses elementos mediante discussões com os designers e com o pessoal das artes, mas, na hora das configurações básicas, os produtores, o diretor-chefe e até os patrocinadores se reúnem.
Assim, baseando-se nas decisões resultantes desses procedimentos, a pessoa a cargo de cada episódio vai apontando as cores de forma concreta. Embora eu também estivesse realizando diretamente a designação de cores até o começo da Saga de Asgard, depois disso, como lidei apenas com as especificações gerais de cores e tal, meu envolvimento direto terminou.
Mesmo nos animes, não há muitas produções em que até o sombreamento dos personagens e coisas do gênero são retratados, mas, em Seiya, sempre aplicamos as sombras. Inclusive nas horas de colocar o sombreamento nas armaduras para produzir a textura do material e coisas do tipo, nas vestimentas brancas, a expressão se dá adicionando sombras azuis e expedientes afins…
No caso das brancas, nós quebramos a cabeça na tentativa de não usar no sombreamento um padrão acinzentado. Por meio desse procedimento, fizemos com que a célula não ficasse enterrada no cenário. Ou melhor, nós tentamos idealizar as cores para fazer o filme com a premissa de tornar as células independentes.
No episódio 26, na parte em que [os cavaleiros] pulavam enquanto as bolas de fogo disparadas pelo Babel iluminavam o solo, mudei as cores para que ficasse mais realístico, e por isso foi um deus nos acuda. Mas também há muitos episódios marcantes, não é?
O senhor Kunio Tsujita foi obrigado a alterar as cores nas cenas em que as armaduras eram iluminadas pelas chamas